Hipertireoidismo

HIPOTIREOIDISMO – TIREOIDÍTE DE HASHIMOTO

O Hipotireoidismo é uma doença que se caracteriza pela baixa circulação de hormônios tireoidianos no sangue causando a diminuição das atividades metabólicas das demais áreas do corpo. A baixa dos hormônios se deve a 3 causas importantes:

  • Primária: disfunção e/ou falência da glândula tireoide dificultando a produção de seus hormônios.
  • Secundário: alteração na hipófise (glândula do sistema nervoso central responsável pela produção do hormônio TSH que atua na glândula tireoide estimulando a produção dos hormônios tireoidianos). Nesse caso, a baixa de hormônios no sangue se dá por alteração a nível central, por isso é denominado de hipotireoidismo central.
  • Terciário: alteração a nível de hipotálamo (região do sistema nervoso central que libera o hormônio estimulante TRH atuante na glândula hipofisária que produzirá o TSH e este, por sua vez, atuará na glândula tireoidiana produzindo os hormônios tireoidianos). Essa forma de hipotireoidismo também tem uma disfunção a nível central e por isso também é conhecido como hipotireoidismo central.

A forma mais prevalente do hipotireoidismo é o primário. Pode-se observar várias etiologias como: doença autoimune da tireoide, também denominada de Tireoidite de Hashimoto (caracterizada pela presença de autoanticorpos), deficiência de iodo, redução do tecido tireoidiano por iodo radioativo ou por cirurgia usada no tratamento de Doença de Graves ou do câncer da tireoide.

A Tireoidite de Hashimoto é o hipotireoidismo primário mais comum na infância e é considerada a principal causa de bócio em crianças e adolescentes em áreas não endêmicas. Essa patologia é caracterizada por uma inflamação da tireoide, de caráter autoimune crônica, em que ocorre a produção de autoanticorpos capazes de destruir as células produtoras dos hormônios tireoidianos presentes na glândula tireoide. A prevalência é maior no sexo feminino e seus fatores de risco estão associados à outras doenças autoimunes e a antecedentes familiares.

Existe ainda a forma subclínica de hipotireoidismo denominado de doença tireoidiana mínima. Seu diagnóstico é feito através dos níveis de hormônios tireoidianos que devem estar dentro do valor de referência do laboratório, embora o TSH esteja alto. Pode representar uma falência inicial da glândula tireoide, principalmente por tireoidite autoimune e pode ocorrer na ausência de sintomas.

QUADRO CLÍNICO

Os sintomas clínicos da Tireoidite de Hashimoto evoluem de forma insidiosa ao longo dos anos e são bem característicos de baixa atividade metabólica generalizada.

Geralmente esses pacientes apresentam uma fácies característica, a fácies mixedematosa. Nessa fácies pode-se observar rosto arredondado com fisionomia de desanimo e apatia, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada. Edema ao redor dos olhos, com supercílios escassos (madarose) e cabelos secos, quebradiços e sem brilho.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da Tireoidite de Hashimoto é feito por achados clínicos e laboratoriais. Em relação ao exame clinico, faz-se o exame físico geral enfatizando o exame completo da tireoide, inspeção da face na tentativa de observar a fácies mixedematosa, característica de hipotireoidismo.


No laboratorial verifica-se a dosagem sérica de TSH e T4 livre. O TSH é padrão-ouro para avaliar a função da tireoide. Em relação ao hipotireoidismo primário (95% dos casos) ocorre primeiro a elevação de TSH com posterior redução dos níveis de T4 e logo em seguida de T3. Quando se suspeita de hipotireoidismo, deve-se dosar os níveis de TSH e T4 livre. Caso o primeiro esteja elevado e o segundo baixo o paciente é diagnosticado com hipotireoidismo primário, além disso a dosagem de anticorpos antitireoidianos (antitireoperoxidase – ATPO e antitireoglobulina) ajuda no diagnóstico etiológico autoimune. Já no hipotireoidismo central observa-se TSH baixo ou normal e T4 livre baixo.

TRATAMENTO

A reposição hormonal é a forma mais simples de tratamento. O medicamento de escolha é a levotiroxina que permite a medida do T4 no soro com o objetivo de verificar se o medicamento está sendo eficaz no tratamento e ajuda a analisar se é necessário ajustar a dose. É administrada uma vez ao dia, pela manhã. A tabela abaixo mostra quais as doses necessárias para cada idade.

REFERÊNCIAS

• Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia vol.46 no.2 São Paulo Apr. 2002.
• Jornal de Pediatria (Rio J.) vol.83 no.5 suppl.0 Porto Alegre Nov. 2007.
• Associação Medica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar.Protocolo de Hipotireoidismo da Universidade Federal de Santa Catarina Manual MSD