Vacinação e Diabetes

Vacinas e Diabetes

Devido a hiperglicemia alterar múltiplos mecanismos imunológicos , os indivíduos com Diabetes Mellitus (DM) apresentam maior risco de infecções fúngicas, virais e bacterianas, que podem aumentar a morbidade e a mortalidade.

A imunização desses pacientes é, portanto, importante estratégia de proteção da saúde e de promoção da qualidade de vida.

Existem protocolos nacionais e internacionais que definem as vacinas especialmente recomendadas para as pessoas com diabetes.

As infecções que acometem pacientes com DM costumam ter apresentação clínica semelhante à da população em geral, são causadas por agentes etiológicos similares aos mais comuns na região e devem ser tratadas de modo semelhante. No entanto, muitas vezes, apresentam maior gravidade e mortalidade.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), elegem as seguintes vacinas como altamente recomendadas para pessoas com diabetes: influenza, pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13), pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23), hepatite B, Haemophilus influenzae tipo b, varicela e herpes zoster.  

A Associação Americana de Diabetes (ADA) recomenda que os pacientes com DM realizem o esquema vacinal básico proposto para a idade, mas pede atenção especial para as vacinas influenza, pneumocócicas (VPC13 e VPP23) e hepatite B. Além dessas vacinas, o Center of Diseases Control (CDC) inclui no rol de recomendações para estes pacientes a vacina tríplice bacteriana do tipo adulto (dTpa) e a vacina herpes zoster.

A eficácia da vacina é adequada na maioria dos pacientes, mas aqueles com DM1 e altos níveis de HbA1c são mais propensos a apresentar hiporreatividade.

A SBD e SBIm compreendem que a imunização de pessoas com DM1 e DM2 deve fazer parte da rotina de prescrição e recomendam a sua verificação anual, durante consultas médicas e avaliação pela equipe multidisciplinar.

O grande desafio é vacinar esta população.  A estratégia é superar a desinformação e ampliar o conhecimento do grande benefício da imunização entre as pessoas com diabetes no país, infelizmente ainda existente entre profissionais de saúde (médicos e enfermeiros), pacientes, familiares e cuidadores.  A prescrição médica é fundamental para mudar esse cenário.

VACINAS

ESQUEMAS – RECOMENDAÇÕES

INFLUENZA

• Desde que disponível, a vacina influenza quadrivalente (4V) é preferível à vacina influenza trivalente (3V), por conferir maior cobertura das cepas circulantes. Na impossibilidade de uso da vacina 4V, utilizar a vacina 3V.

• Recomendar a partir dos 6 meses de idade, de acordo com calendários SBIm para cada faixa etária

Pneumocócicas

Conjugadas (VPC10 ou VPC13)

• Sempre que possível, utilizar a VPC13.

• Crianças: vacinar o mais precocemente possível a partir dos 2 meses de idade (número de doses dependerá da idade em que iniciar a vacinação). Ver Calendário de vacinação SBIm criança.

• Crianças não vacinadas anteriormente com a VPC13, mesmo que adequadamente vacinadas com a VPC10, iniciando entre 12 e 71 meses: duas doses de VPC13 com intervalo de dois meses.

• Crianças a partir de 6 anos, adolescentes, adultos e idosos não vacinados com VPC13: uma dose de VPC13

Pneumocócica

polissacarídica

23-valente (VPP23)

A partir dos 2 anos de idade: duas doses com intervalo de cinco anos entre elas.

Se a segunda dose de VPP23 foi aplicada antes de 60 anos de idade, uma terceira dose está recomendada após essa idade, com intervalo mínimo de cinco anos da última dose.

Haemophilus

influenzae tipo b

• Para menores de 5 anos: ver Calendário de vacinação SBIm criança.

• Crianças a partir de 1 ano, adolescentes e adultos não vacinados: uma dose.

• Para anteriormente vacinados mas que não receberam dose de reforço após os 12 meses de idade: uma dose

HEPATITE B

Três doses: 0 - 1 - 6 meses

VARICELA

Recomendar de acordo com calendários SBIm para cada faixa etária

HERPES-ZOSTER

Uma dose para maiores de 50 anos de idade.

Observações para esquema sequencial VPC13 e VPP23

  1. Sempre iniciar esquema com a vacina conjugada (VPC13), seguida pela aplicação da vacina VPP23, respeitando o intervalo mínimo de dois meses entre elas.
  2. Para indivíduos que já receberam a VPP23 e não anteriormente vacinados com VPC13, recomenda-se um intervalo de 12 meses para a aplicação de VPC13 e de cinco anos para a aplicação da segunda dose da VPP23, com intervalo mínimo de dois meses entre as vacinasconjugada e polissacarídica.

Vacinas Contra-Indicadas

Em vigência de imunossupressão, as vacinas vivas atenuadas estão contraindicadas: BCG, rotavírus, polio oral (VOP), febre amarela, SCR, varicela, SCR-V, herpes-zóster e dengue. Se paciente moderadamente imunocomprometido, avaliar parâmetros clínicos e risco epidemiológico para tomada de decisão para a recomendação das vacinas febre amarela, SCR, SCR-V, varicela e herpes-zóster.

 

Referências bibliográficas:

Posicionamento Oficial no 02/2019  DIABETES E IMUNIZAÇÃO
Resumo Executivo – Sociedade Brasileira de Diabetes

Sociedade Brasileira de Imunizações e Sociedade Brasileira de Diabetes. Guia de Imunização SBIm/SBD – DIABETES 2019-2020.